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A Beleza em Risco e O Rosto Que Já Não É Nosso

Atualizado: 3 de set.

A Beleza em Risco e O Rosto Que Já Não É Nosso


As cirurgias plásticas nasceram na Índia, mas ganharam destaque durante a Primeira Guerra Mundial, quando muitos soldados com os rostos desfigurados procuravam reconstruir as suas feições. Uma perna amputada era vista como símbolo de heroísmo. Já uma cara desfigurada… essa era rejeitada.

Se os homens podiam reconstruir os rostos marcados pela guerra, porque não poderiam as mulheres reconstruir os seus rostos marcados pelo tempo?

E assim, aos poucos, as mulheres tornaram-se o alvo. A construção dos padrões de beleza cresceu, e com ela, também cresceram problemas como o racismo, a xenofobia e a obsessão pela juventude.

Hoje, olhamos à volta e o que vemos são rostos quase idênticos — é a chamada "iPhone face", marcada por contornos definidos, lábios inchados, sobrancelhas laminadas e pele esticada. O natural foi sendo substituído pelo "ideal".


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Vivemos numa sociedade que trata o envelhecimento como um erro , algo a corrigir, esconder ou adiar. As rugas são chamadas de "linhas de expressão", como se até a palavra "ruga" fosse demasiado pesada, a juventude é consumida em frascos, seringas e filtros.
Vivemos numa sociedade que trata o envelhecimento como um erro , algo a corrigir, esconder ou adiar. As rugas são chamadas de "linhas de expressão", como se até a palavra "ruga" fosse demasiado pesada, a juventude é consumida em frascos, seringas e filtros.

Mas a verdade é simples: envelhecer é um privilégio.


Cada traço no rosto conta uma história. Cada ruga é uma memória guardada: de risos repetidos, de noites mal dormidas, de preocupações reais, de amor vivido. As marcas do tempo são como anéis num tronco de árvore: não diminuem a beleza da árvore, mostram que ela resistiu às estações da vida.


 
 
 

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